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Mansão de Clodovil é demolida em Ubatuba

Mansão de Clodovil é demolida em Ubatuba

Foto: Carlos Santos. G-1



Uma boa parte da mansão que o estilista Clodovil Hernandes ( falecido em 2009) tinha em Ubatuba, está sendo demolida por ordem judicial. É que Clodovil construiu parte da casa em área de preservação ambiental. O Ministério Público de Ubatuba ajuizou ação pedindo a demolição das obras feitas em área de preservação. Clodovil tentou de todas as maneiras, até mesmo, quando deputado federal, impedir a demolição de parte da casa que tanto adorava. Não teve jeito.


A casa de Clodovil, onde estive algumas vezes para entrevista-lo, é realmente incrível. Construída no alto do morro, com vista privilegiada da praia do Léo, na costa norte de Ubatuba, possuía nove suítes, piscina, sauna, capela e um jardim maravilhoso. Clodovil fazia questão de mostrar o jardim. Após sua morte, a situação ficou complicada. O estilista deixou muitas dívidas e por isso boa parte de seu acervo e bens foram leiloados.


A casa está sendo vendida por R$ 1,6 milhões. É uma pena que a prefeitura de Ubatuba não se interessou em ficar com o imóvel e o acervo de Clodovil. Poderia transformar a mansão em um museu. É impressionante o número de turistas que param em frente ao acesso da mansão para visitar o local- o que não é permitido ou penas para tirar fotos.


Clodovil tinha uma ligação muito grande com Ubatuba. Adorava a cidade e também era um de seus maiores divulgadores. Fez muitos programas de teve na cidade. Atraiu a imprensa nacional e internacional para Ubatuba. Teve inúmeras brigas com políticos locais e até mesmo com representantes do Ministério Público. O cara era realmente complicado, mas apaixonado pela cidade.


Fiz inúmeras reportagens na folha e no Vale sobre as ações ambientais impetradas pelo MP contra o estilista. Clodovil construiu uma boa parte da casa em área de preservação permanente, área de mata atlântica. O MP agiu corretamente, mas o estilista nunca aceitou. Clodovil não queria “demolir” parte do que construiu em área de preservação. O estilista nunca aceitou esta decisão que agora está sendo concretizada.


Se ele ainda estivesse vivo, podem ter certeza, faria um escândalo. A mansão continua rendendo para jornais, revistas e teve. Inúmeras reportagens foram feitas no local, mostrando o abandono do imóvel ou as dificuldades que seus procuradores enfrentam para manter a casa e também quitar as dívidas deixadas pelo estilista.





Estão sendo demolidos cerca de 500 metros da casa, onde ficavam o quarto do estilista, o canil e parte da cozinha. Esses locais receberão, posteriormente, plantas nativas para recompor a mata que teria sido extraída quando da construção da casa. Mesmo com essas partes sendo demolida, o imóvel é muito legal e vale o preço que os representantes do estilista querem: R$ 1,6 milhões. É realmente uma pena que a prefeitura de Ubatuba não tenha ficado com o imóvel e com o acervo do estilista. A mansão continua sendo uma das grandes atrações da cidade.

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