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Podas de jundus nas praias geram descontentamento entre civis




De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente, a espécie de jundu que sofre a poda não é local e prejudica a segurança, o acesso a praia e o desenvolvimento do jundu nativo
Patrícia Rosseto


As podas que a prefeitura de Ubatuba têm promovido na orla têm provocado reações adversas de civis. De acordo com Leila F. Famadas, técnica em agropecuária que tem coordenado as podas, o descontentamento é um engano. “A poda realizada é de uma das espécies do jundu que não são adequados ao local, da leguminosa Dalbergia escastaphyllum”, apontou.
O jundu protege a orla marítima evitando o avanço da areia do mar sobre a cidade. Devido a sua importância a planta é protegida por Lei Federal
Segundo Leila, em 2006, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente executou um projeto de plantio de jundu em algumas praias já urbanizadas. “A leguminosa identificada como Dalbergia escastaphyllum, foi a principal espécie utilizada no plantio”, explicou.
Ela acrescentou que o resultado foi prejudicial para a limpeza da orla, favorecendo a marginalização e dificultando as rondas policiais. “Os moradores e comerciantes locais, se deparando com os problemas dessa vegetação densa e alta, começaram a facilitar a eliminação da mesma”, informou. Ela expõe que com o aumento da destruição da espécie D. escastaphyllum do jundu, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente então desenvolveu um manejo com implantação de poda para garantir sua preservação nas praias urbanizadas e permitir assim sua socialização.
“No ano de 2010 iniciou-se o manejo do jundu e a poda da espécie D. escastaphyllum nas praias do Itaguá, Cruzeiro e Perequê-Açú”, disse. “Com a poda da D. escastaphyllum é possível preservar o jundu, garantindo o acesso à praia e facilitando a limpeza e a ronda policial freqüente da área”, analisou Leila.
Ela acrescenta que no decorrer dos anos pode se observar o bom desenvolvimento da vegetação que nada sofreu com as podas feitas em intervalos médios de três meses.
“O jundu pode ser mantido numa altura média de 0,60m sem prejuízo da sua preservação ou da sua principal função no meio ambiente, a de proteger a orla marítima da erosão eólica”, explicou.


Etapas do projeto da poda da leguminosa na orla


1ª Etapa:
Catalogar todas as espécies nativas e exóticas existentes no local.


2ª Etapa:
Retirada de mudas jovens das árvores exóticas, como o chapéu de sol (Terminalia catappa), que prejudicam o crescimento do jundu devido ao sombreamento. Retirada de grama do tipo esmeralda e alguns tipos de capim que se tornam predominantes, também espécies exóticas, os quais dificultam o caranguejo (Ocypode quadrata) a cavar suas tocas no supralitoral.


3ª Etapa:
Poda da espécie D. escastaphyllum. Marcação de trilhas para acesso à praia, proporcionando o uso social com mais qualidade e segurança.


4ª Etapa:
Colocação de placas informativas sobre o jundu e a importância da sua preservação, com a finalidade de orientar a utilização das trilhas entre a vegetação permitindo uso da praia sem maiores danos ao jundu.


5ª Etapa:
Acompanhamento do resultado final das podas.






Foto: Divulgação/PMU

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