ECONORTE

A terra de São José de Anchieta faz 377 anos




Exuberante belezas naturais em sua Mata Atlântica, cachoeiras rios e mar, a cidade carrega ricas histórias culturais e se destaca em manter suas tradições
Patrícia Rosseto


Neste dia Ubatuba sopra velinhas de 377 anos, a cidade é um dos paraísos ecológicos nacionais, famosa por sua natureza exuberante e sua população carismática. Dona de acontecimentos históricos, diversidade e tradições fortes, envolvendo vertentes caiçaras, quilombolas e indígenas.
São 710,783 km², onde 83% deles é o Parque Estadual da Serra do Mar, área de proteção ambiental permanente, populacionada em diversidade de culturas que convergem. Os índios Tupinambás foram seus primeiros habitantes, quando a cidade era a Aldeia de Iperoig, enraizando costumes até os dias atuais, como o uso de canoas, por exemplo.
Segundo Moromizato, as festividades do aniversário da cidade está se repetindo e sendo aperfeiçoada. “Uma festa com uma série de atrações para todas as idades, para a família, com apresentações culturais diversas, desde um festival de rock para juventude até ginástica para terceira idade e um show para contentar todos os gostos”, afirmou.
“Espero que seja um momento de festa para todos, que as divergências sejam equilibradas e não suplantem os interesses de Ubatuba. A intenção que tenho como prefeito é que esta festa seja o segundo dia de aniversário dos moradores da cidade”, analisou.
O prefeito explicou que será uma grande festa com comemorações diversas para a cidade. “Temos o que comemorar, como o concurso público lançado, a abertura de inscrições para pré-cadastro para o “minha casa minha vida”, que é um grande presente para a cidade”, disse.
O prefeito prometeu muitas novidades para breve, investimentos em pavimentação e saúde


Breve história da cidade
Portugueses e franceses estiveram em Ubatuba em um movimento de batalha pela colonização, tentando escravizar os índios da então Aldeia de Iperoig.
Os Tupinambás e Tupiniquins, índios do planalto, que conviviam em paz, se uniram para proteger seu território, formando a "Confederação dos Tamoios". Tamoios significa "o dono da Terra".
José de Anchieta e Manoel da Nóbrega, padres jesuítas vieram para a Aldeia com a missão de pacificá-los. Então, Anchieta ficou por quatro meses prisioneiro dos mesmos, já o padre Nóbrega foi para o Litoral Sul, mais precisamente São Vicente, para fomentar o tratado “Paz de Iperoig”, feito de 5.732 versos.
Ainda se passaram alguns anos para que a “Vila Nova da Exaltação da Santa Cruz do Salvador de Ubatuba” fosse fundada por Jordão Albernaz Homem da Costa, através das ações de Salvador Corrêa de Sá e Benevides, governador-geral do Rio de Janeiro. O governador enviou os primeiros moradores com intuito de adquirir a posse da terra para a Coroa Portuguesa, em outubro de 1637.
O povoado formado de portugueses, famosos por suas habilidades como navegantes, instalou-se na longa costa. Com o desenvolvimento, Ubatuba se tornou produtora de açúcar e aguardente, anil, fumo e peixes, abastecendo principalmente Minas Gerais. Neste momento a agricultura praticada, que era de subsistência dá espaço para a comercial.
Em 1787, Bernardo José de Moura, presidente da Província de São Paulo, decretou que o porto de Santos deveria sediar todas as embarcações, alegando custos mais baixos.
Ubatuba entrou decadência e os produtores chegaram a abandonar seus canaviais.
Em 1808, a família Real Portuguesa promoveu a "Abertura dos Portos às Nações Amigas" . Desta vez, o comércio se deu em torno do café cultivado e enviado ao Rio de Janeiro. Em 1855 a Vila era então uma próspera cidade. Em alguns anos, a ferrovia Santos-Jundiaí decretou a decadência não só da então cidade, mas como de todo o Vale do Paraíba, beneficiando o café no Oeste- Paulista e isolando economicamente Ubatuba.
Muitos anos se passaram até 1932, com a Revolução Constitucionalista, o Governo Estadual investiu na rodovia Taubaté-Ubatuba, ligando a cidade ao Vale do Paraíba.
Lentamente Ubatuba começa a se desenvolver com o turismo, Em 1967 Ubatuba se torna Estância Balneária e em 1972, a vocação turística se consolida com a realização da rodovia que Rio Santos, BR 101.


Tradicionalista
Ubatuba se destaca por ser um município que mantém uma forte tradição. Para Moromizato, a palavra caiçara vem revestida de um significado muito forte e representa identidade e orgulho. “Quem vem de fora fica “acaiçarado” e se referem com orgulho de ser caiçara”, afirmou.
“O desafio histórico cultural maior é num mundo onde a oralidade não é tão forte é fazer uma documentação do que passava de pai para filho, para então passar para os meios documentais atuais. É necessário preservar e tratar como riqueza, temos que ter a dimensão o quanto a cultura se reveste de valor para a cidade”, disse.


Programação:
Os passos dos jesuítas nos caminhos de Anchieta
Hoje, como atração a ser cumprida a pé, os caminhos de Anchieta representam rotas percorridas pelos padres jesuítas na metade do século XVI. É um caminho com ideais contemplativos, valorizando o potencial turístico. Enquanto percorria este caminho, p padre Anchieta escreveu nas areias da praia Iperoig, como De Beata Virgine Dei Matre Maria, o Poema a Virgem. O texto é uma contemplação de atitude religiosa, numa construção idealizada pelo padre da Virgem Maria.










Foto: Lucas Conejero/PMU

Comentários