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Coordenadora diz que cidade é região endêmica de Leishmaniose tegumentar







Especialistas explicam que existem dois tipos de leishmaniose com graus de gravidade diferentes, porém ambas podem ser prevenidas com uso de repelente de mosquitos
Patrícia Rosseto

A coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Ubatuba, Patrícia Sanches declarou que a cidade é uma região endêmica de leishmaniose tegumentar. “De tempos em tempos aparece, já tivemos até surto. Mas, do ano passado para cá não entrou nenhum caso confirmado”, apontou. Ela explicou que ainda não há justificativa científica para estabelecer e prever temporada de surtos.
Contudo, Patrícia Sanches pontua que o município nunca teve caso de leishmaniose visceral. Isso porque existem dois tipos de leishmaniose, um tipo é a visceral, que é grave, pode causar sérios danos à saúde e até morte, se não for descoberta e tratada adequadamente, de preferência no início da manifestação. O outro tipo, é a tegumentar, que é de ordem dermatológica, também tratável e menos prejudicial, se comparada com a visceral.
A médica veterinária, Márcia Araújo, do Centro de Controle de Zoonoses de Ubatuba (CCZ) confirma que não há casos da leishmaniose visceral em Ubatuba. “Não contamos com nenhuma transmissão humana, canina e nem casos importados. Por isso, somos considerados cidade silenciosa”, afirmou.
Ela acrescentou que o levantamento realizado pela Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), apontou que não existe o mosquito vetor para a transmissão da doença no município”, disse. A médica veterinária Márcia Araújo, d, esclareceu que a população de Ubatuba não precisa ficar preocupada com casos de leishmaniose visceral, ou calazar, como também é denominada. “A doença é inexistente na cidade”, afirmou.
Márcia acredita que há de se tomar muito cuidado quando se divulga alertas sobre a leishmaniose, uma doença grave que já é um problema de saúde pública. Ela esclareceu que o assunto está vindo à tona, pois entre os dias seis e 12 de agosto, aconteceu a Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose, de âmbito federal. “A Semana acontece todos os anos, com trabalhos de divulgações.
O objetivo do evento é manter orientados os profissionais da saúde, médicos e veterinários, para reconhecer as situações e sintomas e desencadear todas as ações necessárias, se houver a necessidade. Além da realização de buscas ativas”, declarou.
Patrícia comparou os procedimentos de segurança com os da dengue e recomenda manter limpos os terrenos, pois o mosquito fica nas matas e locais com matéria orgânica acumuladas e o uso de repelente de mosquitos. A leishmaniose tem cura e tratamento gratuito no Sistema Único de Saúde (SUS).


Tegumentar
A leishmaniose tegumentar ou cutânea é uma doença infecciosa. Não é contagiosa, porém pode se apresentar de formas diferentes. Pode ser provocando úlceras na pele e mucosas das vias aéreas superiores, ou com uma ou várias lesões também na pele, que podem ser indolores. Ainda pode se apresentar primeiramente com feridas granulosas e purulentas, com bordas avermelhadas, pequenas, mas aumentam com o tempo. Metástases nas mucosas da nasofaringe, que corrompem cartilagens do nariz e do palato, implicando em graves deformações, podem ocorrer ao mesmo tempo que outros sintomas ou até meses depois. A doença se apresenta também com nódulos, principalmente nos membros e lesões ulceradas. Estas aparecem em todo o corpo, de repente. Pode provocar mal-estar, febre e calafrios.

Visceral
Em humanos, a leishmaniose visceral, ou calazar, é uma doença transmitida pelo “mosquito-palha”, que introduz na circulação sanguínea, o protozoário “leishmania chagasi”.
Os sintomas são febre persistente, perda de peso, fraqueza, anemia, aumento do fígado e baço e até hemorragias, em casos graves.
Em animais, provoca perda de pelo, geralmente ao redor do nariz, olhas, boca e orelhas. Também provoca perda de peso e feridas na pele. Em casos mais avançados, insuficiência renal e crescimento de unhas acelerado.






Foto: Divulgação/PMU

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